Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o nascimento dos guerreiros ou o rebaixamento depois de um ano de glórias. Suposto o uso vulgar seja começar pelo início, decidi começar pelo fim para o escrito ficar assim mais galante e mais novo.
Dito isso, vamos ao dia 08/12/2013, um ano depois do tetracampeonato. Nova Fonte Nova, jogo contra o Bahia. Poderíamos estar confirmando a ascensão, estar virando um gigante maior ainda do que já somos. Mas não. Estamos lutando contra nós, estamos lutando contra a queda.
Um ano cheio, LOTADO, TRANSBORDANDO de erros. Erros da diretoria, dos técnicos, dos jogadores. Começamos o ano mal, sem ser a sombra do que fomos, muito pelo comodismo do elenco, fomos definhando até sermos eliminados da libertadores. O time bateu parafuso. Começou a errar, Digão entregou contra Inter, Fred perdeu Penaltis, Gum errou, Cavalieri também. A fase era ruim tiraram Abelão, campeão Brasileiro de 2013, perdendo 10 jogos em uma temporada inteira, pra por Vanderlei Luxemburgo. Ele o sócio do arqui-rival, que disse que não deixaria de sê-lo em sua primeira entrevista.
Tricolor acreditou, era preciso mudar, mas nada mudou. Os jogadores pareciam fechados com Abel, corriam por ele, postaram fotos em redes sociais com o cara após a demissão. Pareciam não correr pura e simplesmente pela camisa do Fluzão.
A torcida, já segregada como nunca, segregou-se ainda mais. Um time que precisava de uma voz unívoca tinha, deixe-me contar, Garra, Força, Young, Bravo, Fiel, Flunitor, Legião, Jovem (esqueço-me de alguma?), 8 vozes peleando entre si para saber quem canta mais alto, esquecendo-se que o "inimigo" da arquibancada está do OUTRO lado. Contra o Santos a coisa desandou. Desrespeito contra a livre expressão, repressão, falta de respeito. DE TODOS.
Culminou na briga ENTRE a torcida do Fluminense, me lembrando muito a torcida de um outro clube aqui do Rio. Daí pra diante a coisa piorou.
Fred ficou de fora o resto do ano. Felipe foi encostado, Wagner seguiu um gasparzinho. Os meninos foram postos a prova. Lutaram, mas cá estamos no dia 08/12/2013.
Precisamos vencer para permanecer na primeira divisão. O Bahia por sua vez também. Isso te lembra algo? Tipo 2009? Mas lá éramos os guerreiros. Hoje somos mais um time. É uma batalha.
Primeiro tempo foi nervoso. Segundo tempo começou pior. Em escanteio eles abriram o placar. Quase tive um ataque do coração, mas segui vivo para escrever esse relato, por enquanto. Empatamos aos 38, não me recordo quem foi, pois o time era um bando em campo. Não amigo, o empate não servia para nós. Temos saldo pior. Luxa a beira do campo tentava salvar a pouca reputação que ainda lhe restava no futebol. Mais uma bola espirrada e uma bola na trave, que ironia, lançou o contra ataque baiano.
Se agora lhe escrevo essa memória póstuma já deves imaginar o que aconteceu com a bola que sobrou. No ano em que ficamos sem torcida, sem técnico, sem dinheiro, chegamos mais uma vez ao fundo do poço.
RIP FLUMINENSE.
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