É certo que o Fluminense precisa de reparos e muitos ajustes para prosseguir na caminhada rumo aos almejados títulos em 2012. Não caiamos na ilusão da vitória contra o Olaria.
Isso é uma coisa.
Temos problemas, mas também elenco suficiente para ser harmonizado e evoluir. Aqui, outra coisa.
Agora, uma terceira precisa ser bem-avaliada e pensada pela dirigência Tricolor desde já.
A arbitragem.
Sim, é um problema de anos principalmente no campeonato carioca.
De 1985 em diante, ganhamos os títulos regionais de 1995, 2002 e 2005. Em alguns casos, pecamos pela negligência interna; noutros, porque fomos superados pelos adversários em campo lícito; ainda em terceiros, porque o “azar” nos atingiu na hora de uma decisão polêmica por parte de um ou outro árbitro. Ganhamos pouco e falhamos algumas vezes, mas achar que estes dois fatores explicam exclusivamente a diminuta performance do Fluminense no âmbito local – onde prevaleceu desde o início dos tempos – beira à ingenuidade. Metade destes vinte e sete anos foi diretamente vinculada ao Governo Caixa D’água – com tudo o que isso significou em termos de ojeriza ao Fluminense – e, no período mais recente, à sua sucessão.
O fato é que os anos passaram, o Fluminense andou sendo muito prejudicado pelos apitos infelizes e, curiosamente, apenas um time dominou o cenário carioca na mesma época: Flamengo, com dez títulos dentro dos mesmos vinte e sete anos acima citados. Teve méritos em muitos? Sim. Mas vascaínos e alvinegros têm muito a reclamar contra lances capitais que lhe vitimaram nos momentos decisivos. Nós mesmos, em 1986 com a perda de pontos e em 1991, com a expulsão de Itaberá. Estranhamente, as decisões polêmicas sempre prevaleceram para o mesmo lado. Que sorte…
Não é segredo para ninguém a crise rubro-negra. Eliminada fragorosamente – mais uma vez – na primeira fase da Libertadores, a Gávea apontará todos os seus canhões para a conquista do campeonato carioca deste ano, visando “salvar o centenário” (mais um, badalado por conta do fracasso na primeira tentativa em 1995). E também não é segredo que fortes interesses estão em jogo, por conta da audiência das televisões e até mesmo dentro do cenário político. Para nós, que já estamos na final, escolher adversário tem pouca ou nenhuma utilidade; entretanto, é certo que muitos setores veem com enorme felicidade e simpatia uma final Fla-Flu, preferencialmente com o triunfo do “maioral” (ainda que sejamos francos favoritos contra eles em decisões, dado o histórico de cem anos). Isso significa alguma “armação”? Não, de forma nenhuma. Mas é a velha história: “se acontecesse”, seria de ótimo grado…
É bom o Fluminense colocar suas barbas de molho em relação a este tema. E isso já estando na final, por conta da conquista da Taça Guanabara.
Antes do Flu, é bom os outros postulantes ao título da Taça Rio também lidarem com atenção máxima – e constante – ao que vai acontecer em termos de arbitragem nestas terras, ao menos nas próximas semanas. Isso, se quiserem rejeitar os prejuízos que claramente têm sofrido ao longo dos anos. A não ser que exista uma fantástica coincidência, os fatos apontam para que, em termos de beneficiamento quanto à marcação de lances duvidosos, aí sim existe o maior do mundo – que nem sempre tem a ver com o melhor em campo.
Os defensores da lisura rubro-negra geralmente têm pouco ou nada a dizer sobre o tema aqui proposto.
Tudo parece muito estranho. E merece muito cuidado.
Paulo-Roberto Andel
Nenhum comentário:
Postar um comentário