Vivemos tempos de crise no Fluminense Football Club. Além da tristeza e indignação, parte significativa da torcida tricolor ainda carrega o sentimento da impotência. O que fazer? Será que é possível ajudar? Quais são as possibilidades de atuação e minhas limitações, enquanto torcedor? E com isso surgem os mais variados discursos que se alinham na necessidade de uma "união".
Os diagnósticos são muitos. Os problemas internos do clube, que transcendem as figuras Mário-Celso, ou Peter-Abad, estão cada vez mais evidentes. As disputas fratricidas entre grupos políticos sedentos pelo micropoder já estão escancaradas. Mas isso não quer dizer que haja uma saída alternativa única, e nem que seja possível uma "união" sem conteúdo programático.
Louvável a iniciativa de tricolores que buscam, nesse momento, dialogar e conversar sobre Fluminense, na tentativa até de construir, quem sabe, um pólo de mobilização na torcida tricolor. O único cuidado é com a dita ''união''. Colocada a todo instante como necessária, esta não pode ser tratada de forma superficial, pois, se assim for, não representará nada além de demagogia, mera exposição de que se importa com o clube, sem qualquer efeito prático.
Até os que amam o Fluminense incondicionalmente e não possuem os mesmos interesses espúrios de vários que hoje se mantém nas Laranjeiras, ainda que concordem com diretrizes gerais, divergem sobre qual rumo tomar, pois são várias as possibilidades e os caminhos, que não independem de escolhas e projetos políticos. Essas divergências não podem ser ignoradas.
É preciso estabelecer, portanto, um debate franco: união com quem? Com quais diretrizes? Para que fim?
Difícil pensar numa alternativa que não perpasse, necessariamente, por essas perguntas e pelo reconhecimento de que apenas um movimento de massas, de fora para dentro, consolidado no debate e na construção de um programa comum, é capaz de mudar a realidade do Fluminense.
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