Entrevista - Thais Chiadde (Musa do Buteco)

1 - Chiadde, todos sabemos de seu grande amor pelo Fluminense. Isso tudo se evidenciou, mais ainda, com a sua aparição como candidata à Musa Tricolor, no concurso organizado pelo Globo Esporte. Você demonstrou, desta maneira, ser uma mulher audaz, carismática e de personalidade. Conte-nos, um pouco, como foi essa experiência, como tudo começou?

R: Tudo começou na comunidade do Fluminense, onde eu era muito presente. Via as pessoas me pedindo pra me candidatar a musa do Flu, mas nunca achei que isso realmente poderia acontecer, até que um amigo meu, também tricolor, me inscreveu no concurso e disse “agora você não tem escolha, segura essa” risos. Foi uma experiência única pra mim. Desde pequena participo de concursos de beleza, mas nunca teve uma importância e evidência tão grande como essa.  Acho que porque eu sabia da responsabilidade que tava carregando, de representar o time mais bonito do país. Nos outros concursos eu era julgada pelos  jurados de mesa, e de repente eu me deparo sendo julgada  não só pela Globo( que me elegeu finalista)  mas também pelo Brasil inteiro, que tinha a mesma paixão que eu, eu sabia que tinha que corresponder a expectativa de todos, mas ao mesmo tempo não sabia  se eu iria conseguir, por ser um concurso de nível nacional fiquei bastante nervosa, acho que isso me atrapalhou um pouco. Mas fico feliz de ter conseguido mostrar que não sou só um rosto ou um corpo, dentro de mim existe um amor chamado Fluminense.

 2 - Apesar de não ter sido a escolhida para representar, ao vivo, para todo o Brasil, a beleza das três cores que traduzem tradição, você ficou marcada na torcida como símbolo de beleza, coragem e comprometimento. A que você deve isso, na sua opinião?

R: Então, como disse anteriormente acho que eu consegui passar para as pessoas que eu não tava alí só pra aparecer, que eu não surgi “do nada”. Eu tenho uma história com o Fluminense desde que nasci, consegui mostrar um pouco desse amor para o público. Acho que por isso fui recebida tão bem. Todas as meninas que disputaram eram lindas mas nem todas conseguiram mostrar isso que eu mostrei, porque amor não pode ser forçado as pessoas sabem ver de longe quando é sincero ou não. Eu posso não ter ganhado o concurso, mas ganhei uma coisa alí que  eu considero muito mais importante, até hoje sou chamada de musa pelas pessoas, mesmo nem sendo uma, e quando eu vou aos jogos  do Flu os torcedores me reconhecem, se aproximam e falam “ torci muito por você”. Existe gratificação maior que essa?

 3 - O cliente do Buteco, Fernando, produziu uma pergunta a qual remete a uma de suas ações para o bem da sociedade:

"Você colocou para frente o projeto que há um tempo atrás divulgou na comunidade do Jovan, de visitas a instituições que cuidam de pessoas com alguma necessidade?"

R: Pra quem não sabe, há 1 ano atrás eu divulguei um projeto na comunidade do Flu, em apoio as crianças portadoras de  câncer, ajudava algumas instituições no Rio de Janeiro e São Paulo e divulguei com intuito das pessoas ajudarem também, não só financeiramente mas também que pudessem levar amor a essas crianças, e sugeri que fizéssemos visitas a elas na páscoa. Infelizmente o projeto não foi pra frente, porque o numero de pessoas interessadas foi baixíssimo, mas eu continuo comprometida com ele, mesmo sozinha.

4 - Ainda nesse viés, o "Buteco do Tricolor" é parceiro do "Projeto Tricolor Solidário", que já efetuou arrecadações de alimentos, caminhadas de conscientização, etc; e, nos últimos tempos, arrecadou uma boa quantia em dinheiro para o ex-jogador Altair, campeão do mundo pela Seleção Brasileira e ídolo eterno do Fluminense. No seu ver, qual a relação que o Fluminense Football Club, como instituição, deve estabelecer com o mundo ao seu redor? O que um tricolor deveria fazer para que todos tenham um mundo com Paz, Esperança e Vigor?

R: Acho que as pessoas poderiam ajudar a quem precisa pelo menos com um pouquinho. Quem não puder ajudar com dinheiro, tudo bem, mas o que custa doar roupas/cobertores/brinquedos velhos a cada 1 mês? O que custa tirar um tempinho para visitar abrigos ou casas de apoio? Acho que ninguém precisa ser adepto ao bem da humanidade, mas porque não ajudar de vez em quando? Faz um bem danado! :) E isso não é papel só de Tricolor, mas do ser humano em geral.

5 - Você nasceu na Argentina, não? Conte-nos um pouco da sua relação com esse país.   

R: Muitas pessoas pensam que eu nasci na Argentina, por já ter declarado meu amor ao país várias e várias vezes, e pelas fotos com a camisa. Mas não, nasci no Rio de Janeiro, sou carioca da gema. Morei quando pequena na argentina, fui alfabetizada, então criei um vínculo com aquela terra. Metade da minha vida está lá, muitos amigos deixei por lá, e procuro ir a Buenos Aires sempre que posso. Me considero muito mais Porteña do que Brasileira, mas isso não significa que eu não goste do Brasil, adoro o RJ e pra mim é a cidade mais linda do mundo.

 
6 - Falando em passado, qual a sua lembrança mais carinhosa que te faz pensar: "foi ali que eu quis ser Fluminense!"?

R: Ah, isso vem desde o berço. Eu nem tive opção de escolher outro time hahaha, apesar de achar que mesmo que que eu pudesse escolher, não escolheria outro. As vezes "olho" pro Fluminense e penso " Esse time foi feito pra mim". Me emociono com cada música, com cada grito, com cada jogo... Tudo começou com influência do meu pai, vou ao Maraca ver o flu desde os meus 4 anos de idade, meu pai era aquele tricolor fanático que rodava o Brasil inteiro atrás do Fluminense, era integrante da torcida Young Flu, por isso a respeito tanto. Da primeira vez que vi o Flu jogar e comecei a entender o que era amor pelo futebol foi que eu disse pra mim mesmo "Eu sou Fluminense", e esse amor não está só no coração, tá na tatuada na pele.

7 - Ao longo de sua vida tricolor, qual foi o momento que mais te marcou como torcedora desse pavilhão fanático? Se puder, diga dois: um de alegria e um de lágrimas.

R: Acho que de 21 anos de tantas alegrias e tristezas com o Fluminense, a maior de todas elas foi na Libertadores de 2008. Ver o Fluminense disputando uma final depois de tantos anos, eliminando times que eram considerados um dos melhores, como São Paulo e Boca Juniors foi uma felicidade inexplicável. E o momento de mais lágrimas, foi no mesmo campeonato, quando perdemos a taça injustamente para aquele timeco equatoriano.

8 - O que você acha da administração do Peter nesses tempos pós-Horcades? 

R: Acho que a presidência do Fluminense e toda a sua diretoria, envolve muito mais jogo de interesse do que amor ao clube. É triste ver algumas coisas que acontecem, e nada ser feito. Mas um dia ainda serei a presidente, e as coisas mudarão... hahahah! 
9 - O que você, como pessoa, mais aprendeu com o Fluminense, desde que decidiu a representar esse clube tão bonito? O que o Fluminense ensinou à Thais, como ser humano, como mulher e como Musa?

R: O Fluminense me ensinou que a vida é como um time de futebol, há momentos que estamos muito bem, e há momentos que estamos muito mal, mas são nesses momentos que devemos acreditar na gente, e lutar para reverter a situação. A cada partida disputada é uma guerra que lutamos pra vencer, e assim a vida deve ser. Não se deve abandonar quem se ama quando as coisas não estiverem bem, e sim acreditar nelas e apoia-las. Acho que já virou um lema do Flu né? O impossível não existe se acreditarmos com o nosso coração naquilo, independente do resultado não podemos abandonar um sonho. Temos que ser guerreiros, assim como são os nossos jogadores.

10 - Por fim, agradecemos a sua participação nesse ambiente tão bom, que é o Buteco do Tricolor. Fica aqui um espaço para que você diga o que sinta, o que acha e o que deseja dizer a todos os clientes do Buteco!

Então, só quero mais uma vez agradecer pelo o convite de ser a musa de vocês. Fiquei muito feliz, obrigada pelo o carinho de todo mundo, farei sempre o possível para ser a melhor representante possível, e quem sabe um dia, do nosso Fluzão. Continuem acompanhando, e vamos continuar mostrando a força da nossa torcida nos jogos. Algo muito bom está guardado pro nosso Flu, tenho certeza disso! :) Um beijo muito grande pra todos os leitores e tricolores, ST.

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