Perdemos Deco de novo. Uma pena. O melhor jogador em ação no Brasil destes últimos tempos sucumbiu frente a uma nova contusão – e ela o deixará de fora provavelmente por mais de um mês.
Ou seja, um mês a menos sem o genial futebol do camisa 20.
Talvez não seja hora de vociferar contra o departamento médico, ainda que o índice de ocupação deste nas Laranjeiras seja bastante expressivo – outros grandes times também têm sofrido com a ausência de craques lesionados, sem contar o massacrante calendário brasileiro de futebol.
Perder Deco é uma desgraça. Mas o Fluminense tem elenco para seguir em frente até sua volta e, de mais a mais, sempre se soube que isso podia acontecer.
A reserva criativa do Fluminense fica temporariamente comprometida e Deco não tem substituto – estes, fatos inquestionáveis.
Contudo, os cinco minutos finais do jogo contra o Coritiba fazem pensar.
Não é que, com Neves mais adiantado (antes, havia errado tudo em campo), saiu uma jogada genial entre ele e Wagner que liquidou a fatura? Leia-se o segundo gol validado, marcado por Fred.
Não, não digo aqui que Wagner vai substituir Deco, isso seria loucura. O que quero dizer é que é possível suprir o meio-campo com boa qualidade enquanto o Luso não volta.
Depois de um início tíbio e até patético, Wagner aos poucos tem mostrado bons momentos. Pode evoluir. Neves não é o de 2008, mas tem qualidades.
Além do mais, aos poucos vamos ter que acostumar a vista da camisa 20 com outro dono. Em 2014 não haverá Deco, e nem será fácil revelar ou comprar outro Deco por aí, por mais que a generosidade da patrocinadora prevaleça. Não se faz um craque desses de uma hora para outra.
Um coisa é certa: o Fluminense tem a vocação de desarticular as obviedades. Sem Deco, terá que correr um bocado para manter sua posição e mesmo alcançar a liderança do campeonato brasileiro.
Quem disse que isso não é possível?
Claro que pode.
Trabalho, talento e sorte combinados, vamos ver no que dá em dezembro.
Paulo-Roberto Andel
@pauloandel
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