Texto publicado no blog "Faz Laranjeiras de novo sonhar!", por Hugo Ottati
No último sábado, dia 08, foi eleito o
novo presidente do Fluminense para o próximo triênio: Mário
Bittencourt, com 2.225 votos. O adversário, Ricardo Tenório, obteve
1.032 votos. Ao todo, foram 3.286 votos. Diante desse cenário, algumas
breves reflexões precisam ser feitas.
Primeiro que é muito estranho pensar que cerca de três mil pessoas
decidem o futuro de um clube com a grandeza do Fluminense, que possui
milhões de torcedores. Ainda que esse número seja superior ou esteja na
média, se comparado com outros grandes clubes do Rio, me parece pouco
representativa e democrática esta decisão.
Mas, ok, são as regras do jogo. Por isso é importante entender a
necessidade de ser sócio, principalmente no momento que vive o clube. É
público o fato de que parcela considerável dos sócios não acompanha
futebol e vários nem tricolores são. Essas pessoas votam. Só há uma
forma de diminuir o peso desses votos: fazendo com que torcedores, de
arquibancada ou que acompanham o Fluminense de alguma forma, assumam a
responsabilidade com o futuro tricolor.
Além disso, um rápido comparativo com a última eleição, realizada em
2016, é possível perceber que houve um decréscimo no número de sócios
aptos a votar e também de votantes. Em 2016 eram aproximadamente 12 mil
sócios aptos e a eleição contou com um pouco mais de 4 mil votos. No
sábado eram 9 mil aptos e foram 3 mil votos.
Em ambos os pleitos, cerca de 1/3 dos sócios decidiram pelo novo
mandatário. Mas a redução no número de sócios aptos e de votantes
reflete não só a crise política e de representatividade que vive o
Fluminense, mas os péssimos resultados dos últimos anos.
Em 2017, a partir da entrada de Pedro Abad na presidência tricolor, o
Fluminense só venceu a Taça Guanabara. Perdeu a final do Carioca para o
Flamengo; foi eliminado da Primeira Liga para o Londrina; na Copa do
Brasil pelo Grêmio (5 a 1 no somatório); na Sulamericana pelo Flamengo
(4 a 3 no somatório); e terminou em 14° no Campeonato Brasileiro com 47
pontos (11V e 13D). Um aproveitamento de 48% no ano.
Em 2018, com um dos piores times da história do clube, embora tenha sido
campeão da Taça Rio, não alcançou a semifinal da Taça Guanabara, perdeu
para o Vasco na semifinal do Carioca; eliminado pelo Avaí na Copa do
Brasil (3 a 1 no somatório); pelo Atlético-PR na Sulamericana (4 a 0 no
somatório); terminou em 12° no Campeonato Brasileiro com 45 pontos (12V e
17D).
Fato é que, embora não tenha acesso ao número total sócios de 2016 e de
2019, incluindo os não aptos a votar, podemos observar que houve uma
redução de mais de três mil sócios com requisitos para votar, o que
significa que esse quantitativo de pessoas deixou de ser sócio neste
período.
Que a nova diretoria, comandada por Mário Bittencourt e Celso Barros,
veja essa pauta de sócios, efetivando uma revisão dos planos oferecidos,
inclusive com a possibilidade de um plano popular e para tricolores de
fora do Rio e do Brasil; priorizem a aproximação do clube com o
sócio-torcedor; e estudem a viabilidade do voto online e outras formas
de ampliar a democracia e participação dos sócios nas decisões do
clube.
E que você, tricolor, seja sócio e possa contribuir decidindo o futuro do clube!
Saudações Tricolores,
Hugo Ottati
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